A Argentina, um dos destinos internacionais mais procurados pelos brasileiros devido à proximidade, cultura rica e custos historicamente acessíveis, passou por mudanças significativas em suas regras de imigração em maio de 2025.
A principal alteração, que impacta diretamente os viajantes do Brasil, é a obrigatoriedade da apresentação de um seguro de saúde com cobertura internacional para ingressar no país. Essa nova exigência, somada a outras mudanças, torna o planejamento da viagem ainda mais crucial.
Este texto irá detalha as novas regras, explorará o contexto atual do turismo e da economia argentina, destacará as vantagens indispensáveis do seguro viagem para além da obrigação legal e oferecerá orientações sobre como escolher a melhor cobertura para sua próxima visita ao país vizinho, garantindo uma experiência mais segura e tranquila.
Novas regras para entrar na Argentina: O que mudou?
A principal alteração implementada pelo governo argentino em maio de 2025 reside na exigência de um seguro de saúde com cobertura internacional para todos os estrangeiros, incluindo turistas brasileiros.
A justificativa oficial para essa medida, formalizada por meio de um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), é a proteção do sistema público de saúde local, buscando evitar que visitantes utilizem os serviços gratuitos sem uma contrapartida financeira. Além disso, o governo visa coibir tentativas de fraude migratória.
Essa decisão alinha a Argentina a outras nações, como Reino Unido, Itália e Portugal, que também adotaram políticas mais rigorosas quanto à entrada e permanência de estrangeiros, requerendo garantias financeiras e de saúde.
Para os brasileiros, a entrada na Argentina, que antes demandava apenas um RG recente (emitido há menos de 10 anos e em bom estado) ou passaporte válido, tornou-se mais burocrática.
Além do documento de identificação e do recém-obrigatório seguro saúde ou seguro viagem com cobertura médica, será necessário apresentar comprovante de hospedagem (reserva de hotel ou carta-convite), passagem de volta ao Brasil (ou para outro destino) e comprovação de meios financeiros suficientes para custear a estadia. A verificação de antecedentes criminais também pode ser realizada na imigração, podendo impedir a entrada em caso de condenações graves.
Note que essas novas regras passarão a valer assim que o DNU for oficialmente publicado, o que era esperado para os dias seguintes ao anúncio em maio de 2025. Portanto, é fundamental acompanhar as comunicações oficiais do Consulado Argentino no Brasil e da Direção Nacional de Migrações da Argentina.
As exigências se aplicam independentemente da data de compra da passagem aérea e também para quem viaja por via terrestre. Neste último caso, além da documentação pessoal e do seguro saúde, continua sendo obrigatória a apresentação da Carta Verde, o seguro para veículos que circulam no Mercosul.
Contexto atual: yurismo brasileiro e cenário econômico argentino
O fluxo de turistas brasileiros para a Argentina, que atingiu picos notáveis em anos anteriores, como os 843 mil visitantes registrados em 2024 (representando 22% do total de turistas no país naquele ano), enfrenta um cenário desafiador em 2025.
Dados recentes indicam uma retração expressiva: no primeiro bimestre do ano, houve uma queda média de 44% na chegada de brasileiros em comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa diminuição foi particularmente acentuada em fevereiro, quando o recuo atingiu 51,5%, precedido por uma queda de 37,5% em janeiro, sinalizando uma mudança significativa na preferência ou viabilidade do destino para os viajantes do Brasil.
Essa inversão de tendência está intrinsecamente ligada à complexa situação socioeconômica que a Argentina atravessa. A persistente alta inflacionária, que acumulou 66,9% nos últimos 12 meses até março de 2025, somada a uma forte valorização do peso argentino e flutuações cambiais desfavoráveis ao real brasileiro, encareceu consideravelmente o custo da viagem.
Aquela sensação de “pechincha” em restaurantes, vinhos e compras, que atraía muitos brasileiros, dissipou-se, tornando o destino menos competitivo financeiramente em comparação a anos anteriores e a outras opções de viagem internacional para os brasileiros.
Diante desse panorama econômico adverso, o planejamento financeiro torna-se ainda mais essencial para quem considera visitar a Argentina. A necessidade de comprovar meios de subsistência na imigração e, agora, a obrigatoriedade de contratar um seguro viagem/saúde adicionam camadas ao orçamento.
Compreender o custo real da viagem, incluindo essas novas exigências e a variação cambial, é fundamental para evitar surpresas e garantir que a experiência no país vizinho, apesar dos desafios econômicos, possa ser aproveitada da melhor forma possível, com segurança e tranquilidade financeira.
Por que contratar o seguro viagem? Vantagens que vão além da obrigação
Embora a contratação de um seguro viagem tenha se tornado uma exigência legal para entrar na Argentina, seus benefícios transcendem a mera conformidade com a nova regra. A principal vantagem reside na segurança financeira e na tranquilidade que ele proporciona.
A cobertura para Despesas Médicas e Hospitalares (DMH) é fundamental, pois custos com saúde no exterior podem ser exorbitantes, especialmente em hospitais privados que cobram em dólar ou peso argentino. Mesmo que o sistema público argentino ofereça atendimento, o acesso para estrangeiros pode ser limitado, demorado ou burocrático, tornando o seguro essencial para garantir assistência rápida e adequada em caso de emergências médicas, acidentes ou doenças súbitas.
Além da crucial cobertura médica, os seguros viagem geralmente englobam uma gama de proteções valiosas contra imprevistos comuns em viagens. Coberturas para extravio, dano ou atraso de bagagem podem minimizar o transtorno e o prejuízo financeiro causados por problemas com a companhia aérea.
Outra proteção relevante é o cancelamento ou interrupção de viagem, que pode reembolsar despesas não recuperáveis caso o viajante precise cancelar a ida ou retornar antecipadamente por motivos cobertos. A repatriação sanitária, que cobre o transporte médico de volta ao Brasil em situações graves, e a repatriação funerária são assistências cruciais em momentos delicados.
Os benefícios adicionais frequentemente oferecidos pelos seguros viagem agregam ainda mais valor à contratação. Assistência odontológica para emergências e cobertura farmacêutica, com reembolso para medicamentos prescritos, complementam a proteção à saúde. O suporte jurídico pode ser vital em caso de acidentes de trânsito ou outras situações legais inesperadas.
Um diferencial importante é a disponibilidade de assistência 24 horas por dia, geralmente em português, o que facilita enormemente a comunicação e a ativação das coberturas necessárias, oferecendo um suporte completo ao viajante durante toda a sua estadia na Argentina ou em qualquer outro destino internacional.
Como escolher o seguro viagem ideal para a Argentina
O primeiro passo é verificar o valor da cobertura para Despesas Médicas e Hospitalares (DMH). Embora a legislação argentina não especifique um valor mínimo exato no decreto inicial, contratar um plano com cobertura a partir de USD 30.000, como sugerido por especialistas e disponível no mercado, é uma prática recomendada e geralmente suficiente para atender às exigências e cobrir custos médicos significativos. É importante entender que o termo “seguro de saúde” mencionado na regra pode ser plenamente atendido por um bom seguro viagem internacional.
Utilizar comparadores de seguros online é uma estratégia eficaz para analisar diferentes opções de planos e seguradoras rapidamente. Essas ferramentas permitem visualizar lado a lado as coberturas, limites e preços, facilitando a escolha do melhor custo-benefício. Contudo, não se limite à comparação superficial; leia atentamente a apólice completa (condições gerais) antes de contratar. Verifique os detalhes de cada cobertura, os sublimites (valores máximos para assistências específicas como odontologia ou farmácia), as franquias (se houver) e, principalmente, as exclusões (situações não cobertas). Diferencie também dos seguros oferecidos por cartões de crédito, que podem ter coberturas mais restritas ou exigir a compra da passagem com o cartão para serem válidos.
Algumas dicas práticas adicionais podem otimizar sua escolha e uso do seguro. Contrate-o com antecedência, logo após definir as datas da viagem, para garantir cobertura desde o planejamento, incluindo possíveis cancelamentos. Se pretende praticar esportes de aventura ou atividades de risco durante a viagem (como esqui em Bariloche), certifique-se de que o plano escolhido oferece cobertura específica para essas atividades.
Por fim, ao receber a apólice, salve uma cópia digital e, se possível, imprima os dados principais e os números de contato da assistência 24 horas, mantendo-os acessíveis durante toda a viagem para facilitar o acionamento em caso de necessidade.
Em suma, a recente obrigatoriedade do seguro viagem para ingressar na Argentina representa uma mudança significativa para os turistas brasileiros. Contudo, mais do que uma mera formalidade burocrática, a contratação de um seguro adequado é um investimento na própria segurança e tranquilidade durante a estadia no país vizinho.
Diante do cenário econômico atual e dos imprevistos inerentes a qualquer viagem internacional, estar protegido contra despesas médicas inesperadas, problemas com bagagem ou cancelamentos é essencial.